Filho da artista plástica nipo-brasileira Tomie Ohtake, teve contato com o mundo da arte e da arquitetura ainda jovem, quando transitou pelas escolas carioca e paulista de arquitetura, lideradas por arquitetos e urbanistas modernistas como Oscar Niemeyer (1907–2012) e Vilanova Artigas (1915–1985). Com uma conduta guiada pelo alcance social da arquitetura integrada às cidades, Ohtake desenhou residências que desafiavam o caráter frio dos espaços urbanos, com conexão entre o privado e o público, iluminação zenital e amplas aberturas que traziam a paisagem externa para o lado de dentro.
“Estou interessado em criar formas que surpreendam as pessoas, que sejam ousadas”. E assim o fez. Para Ohtake, a emoção provocada pelas curvas e pelas cores superavam a dureza das linhas retas, que não causavam surpresa. O desenho, a cor e a cidade são a tríade do legado do arquiteto, que teve seu reconhecimento em vida. Em 1971, venceu o Prêmio Carlos Millan, conferido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) pelo conjunto da obra. Ao longo da carreira, o paulista recebeu cerca de 25 prêmios, como o Colar de Ouro do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB (2007), os títulos de Professor Emérito da Faculdade de Arquitetura de Santos e de Professor Honoris Causa da Universidade Braz Cubas. Na comemoração dos 60 anos da FAU USP, em 2008, foi convidado a fazer uma exposição no grande espaço projetado por Vilanova Artigas.